Alvo

O soco na cara, desferido de propósito, derrubou Reginaldo. Ficou mal. Achou que estavam bem. Na despedida, cordial, pregou respeito. Disse que eram amigos. Pra machucar mais, calculou a distância. Ajeitou o corpo, preparou e apontou. O alvo, região central da face, foi atingido com sucesso. Caiu no chão. Levantou possesso e, por instinto, quase revidou. Desistiu. Refletiu e lamentou. Viu, na covardia, descompasso. A raiva virou decepção que virou desprezo. Em silêncio, doído, absorveu o golpe. Passou a borracha e parou de escrever.

2 comentários:

  1. Cada dia escrevendo melhor!!
    Excelente! Parabéns!!... Texto bom demais!!

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  2. Me identifiquei muito com esse aí rsrsrsrsrsrs
    Muito bom primoo !!

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