Método

Substituiu cálculos aleatórios por uma barreira abstrata. Ao invés de sobrecarregar, desocupa. Dá no mesmo. Profusão ou nada, via de regra, viram descanso. Começa quando precisa. Força a instauração do breu. Pela hiperatividade, é mais frenético. A rejeição é agressiva. Às vezes aplica o método antigo. Sucessão de contas com resultado incorreto. O novo, de diferente, tem o meio. Usa um campo de força. Rechaça idéias em formação pra impedir que ganhem profundidade.

Virada

Com paus nas mãos, brincaram de espada. Organizaram um campeonato. Antonio e Alice, no primeiro confronto, bateram Felipe e Reginaldo. Descobriram pontos fracos e fizeram incisões imaginárias. Foi fácil. No segundo, equilíbrio. Denis e Ramon começaram na frente. Abriram vantagem com simulações de corte de pescoço e perfuração estomacal. Pensaram que tava ganho, ficaram desatentos e tomaram a virada. Assistiram à final. Roni e Guilherme, na defensiva, esperaram. Tinham ensaiado o contra ataque. Na hora, erraram e caíram de lado. Médicos naquele dia, acionados pelo árbitro, examinaram as orelhas. Optaram pela amputação.

Submarino

O peixe espada, despido, foi até o baú. Nado simples, pra frente. Desconhece crawl, costas e borboleta. Com a barbatana, coletou o carregamento. Chegou na gruta, desembrulhou e consumiu. Denise, que rastejava despercebida, pediu um pouco. Negado. Voltou lá e, pra pegar mais coisa, levou um saco de batata. Encheu do que queria. Atum, brinquedos e uma vara. Ignorou o molinete, catou minhoca e botou no anzol. Pescou tilápia. Os carrinhos e bonecas, deu pros filhotes. Comeu o enlatado. Não sabia que o principal ainda tava guardado. Eraldo achou. Três colares, um brinco de prata e uma pulseira de ouro. Diamantes e esmeraldas. Trocou num submarino de duas portas. Da caixa grande, agora vazia no fundo do mar, tirou também o mapa que não incluiu na negociação. Lembrou do desenho animado e partiu sem medo. Durante a saga, no estilo pirata submerso, encontrou algo parecido com Atlântida.

Crescimento

Por falta de grana, come mal. Divide com a filha. Café da manhã, almoço e janta. Nada de biscoito, sorvete ou refrigerante. Faz a conta. Calcula a relação entre o pouco que recebe e o gasto mínimo necessário. Não repetem pratos e não há sobremesa. Têm fome até dormir. Acorda, faz café e economiza no açúcar. À tarde, pequenas porções. De noite também é difícil. Fatia o pão, esquenta e põe na mesa. A menina, em fase de crescimento, precisa de mais.

Saudação

Só Heloísa queria mais. Achou intenso e divertido. De acordo com a impressão que teve, infiel à realidade, foi recíproco. Passou rápido. Beijos, abraços e sorrisos. Despedida promissora. Declarações e chamegos. Combinaram de, no dia seguinte, marcar pro dia seguinte. Acordou, lembrou, ficou feliz e mandou uma saudação matinal. Armando recebeu. Também tinha gostado, mas não tanto. Não fazia o tipo dele. Respondeu com poucas palavras, simulou afinidade e torceu pra que desistisse logo. Não atendeu o telefone. Heloísa entendeu. Com a esperança reduzida, escreveu de novo. Tentou agradar. Pra estender a conversa, fez perguntas. Armando manteve o estilo. Simpatia mínima e nenhuma brecha.