Biscoito

Ninguém subiu na árvore pra salvar o bicho. Era preto. Se fosse branco, eu ia, disse o jovem de casaco verde. A moça do lado fez coro. Dois coroas e uma criança ficaram quietos. Na cidade, cheia de supersticiosos, colecionavam pés de coelho. Batiam na madeira. No caso do socorro ao felino, tinham medo de que, por falta de sorte, quebrasse um galho. O gato miava. Cheio de fome e sede, queria descer. Um forasteiro de boa índole, ignorante em relação às crenças locais, ousou bancar o herói. Foi obstruído pela massa. Deixou passar. De madrugada, com um amigo e uma escada gigante, voltou ao parque. O animal entendeu. Usou os degraus, bebeu água e comeu o biscoito que trouxeram.

Um comentário: