Cólera

Agnaldo sentiu raiva. Quis responder, agredir e explodir. Arrancar a cabeça. Desconsiderado por quem amava de paixão, entrou em desespero. Andava pros lados, pra frente e pra trás. Resmungava. Com os olhos marejados, respirava com força. Pensava nas palavras e gestos que usaria. Em como faria pra afundar a tal pessoa num buraco cheio de lama suja. No auge da cólera, disse palavrões em voz alta. Mesmo que a reação brutal e imediata parecesse justificável, preferiu esperar. Se conteve. Respeitou a possibilidade de arrependimento. Até que, depois, a fúria virou desdém. Ao invés de gritos e revolta, silêncio. Afastamento. Não precisou brigar, orientar ou desabafar. Deixou daquele jeito. Resolvido.

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