Amigo

O que não existia, depois de pronto, seria apresentado. De um modo específico. Pra começar, forçou o cérebro. Idéias ruins, pensamentos distantes e possibilidades. Escolheu uma e insistiu. No rascunho, fez a cabeça. Cabelo branco e brinco de argola. Membros e tronco, desenhados, tomaram corpo. Rasurou o joelho e pintou os pés. Apagou tudo. Desistiu de ser humano. Criou um monstro de olhos azuis e dentes brancos. Sem pêlos. No clima, concebeu e caracterizou o amigo. Um robô engraçado, tímido e alto. Botou pra conversarem no parque. A criatura fantástica, extrovertida, explicava. Teorias complexas sobre matemática e filosofia. Números que, em tese, valiam menos.

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