Margem

Eliane não arrisca. O sanduíche é o mesmo e o marido, estúpido, não muda. Prima pelo que tá garantido. Em jogos de pôquer, costuma pedir mesa. Abandona mãos razoáveis, tem receio das boas e desconfia das ótimas. Com as imbatíveis, é o júbilo. Certeza absoluta. Paga pra ver, recolhe fichas e comemora. Só participa quando não vale dinheiro. A covardia, aliada à falta de ambição, estende circunstâncias. Faz tempo que quer respirar novos ares. Ainda planeja. Presa à margem de segurança, evita o perigo. Obstrui o ímpeto.

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