Impulso

O trem, em velocidade constante, foi visto ao longe por Miguel. Tinha perdido a hora. Pra não perder a viagem, precisava pular e cair dentro do vagão. Calculou a relação entre impulso, vento e atrito. Algumas portas estariam abertas. A saída da inércia, presumida pra dali a pouco, seria sucedida por determinados movimentos. Ajeitou o corpo e preparou o salto. Sem dificuldades ou sequelas, obteve sucesso. Viu bancos ocupados e olhos fechados. Passadas casas e paisagens, o ritmo da locomotiva foi reduzido gradativamente pelo maquinista. Até que, de acordo com o previsto, parou na estação. Após embarques e desembarques, retornou à navegação sob trilhos. Miguel, na rua, andava rápido. Abandonou o comboio no tempo certo.

2 comentários:

  1. Envolvente!! Lemos e sentimos a cena! rs..Muito bom!
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. O comentário acima foi um tanto libidinoso demais, mas vou me ater ao texto do blog: muito bom!

    ResponderExcluir