Consumo

A caixa d’água, vazia, precisava encher. Repetia preces que conhecia. Vibrou quando apareceu alguém pra, finalmente, ligar a bomba. Alívio. O fluxo foi liberado às nove e interrompido às onze. Quase entupiu. Ganhou peso que não queria. Perdeu aos poucos, no decorrer do consumo. Sílvia demora no banho. Evandro é rápido. Filhos e visitas, em proporções distintas, também gastam. Dias depois, alcançou o nível ideal. Volume médio. Nem pouco nem muito. Pra continuar assim, do jeito que gosta, depende dos moradores. Teriam que saber do desejo e fazer por onde. Não percebem. Insensíveis aos anseios do tanque, deixam secar.

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