Acordo

Sandra fez confusão. Chamou vaidade de amor próprio. Egoísmo de orgulho e afeição, ainda pulsante, de história. A cabeça não tava boa. Hélio chorou. Tentou impedir, apelou e recuou. Ele, que superou porres, distúrbios e espécies assexuadas de traição, prosseguiu firme, fiel ao acordo que tinham. Insistiu pra que não quebrasse a palavra. Ficou de cama. Indisposto, desiludido e só. Mais magro. Doeu porque pensou que era fora do comum, que seria pra sempre e que havia sinceridade nas declarações que ouvia. Foi ingênuo. Achou que a reciprocidade e cumplicidade prometidas seriam exercidas. Que, sendo verdadeiro, não acabaria. É igual aos outros. Quer que reparem na vida que leva. No café que toma, na quantidade de açúcar e na temperatura da água. No jeito que corta laranja. Alguém preocupado com a demora. Com eventuais espirros e topadas. Agora tá melhor. Ganhou peso e, de dia, conheceu Flávia. Flores novas.

3 comentários: