Raiva

Tudo que escreve é lixo. Não presta. É tão ruim que dá raiva. Tempo que não volta. O texto chulo, desnecessário, cai mal. Leitores pedem misericórdia. Suplicam pra que tenham os olhos poupados de sequências tão infelizes de palavras. De ideias tão bobas. Se pudessem, evitariam. Não passariam nem perto. Fazem fila por obrigação. O primeiro, pelo menos, se livra logo. Os demais ficam apreensivos. Sofrem. Torcem pra que algo inesperado interrompa o processo de tortura em massa. No último, de doer, manteve o estilo.

2 comentários:

  1. Show! Mas tadinho do escritor! Rs

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  2. Ideias não se fabricam e enquanto não brotam o estilo é essencial. Penso que o leitor também precisa de criatividade e trabalhar nas possíveis leituras.
    Parabéns, Renato.


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