Bocejo

Após matar, pediu desculpas. Agiu por instinto. Considerou ameaça quando, a pé e de bota, o menino ultrapassou a cerca. Vinha com um facão pra cortar galhos e uma vara de pescar. Olhou pro hipopótamo. Sentiu medo mas, por ignorância, não cogitou a possibilidade do assassinato. Achou que era um bocejo e seguiu em frente. O animal então saiu da água, correu determinado e atacou. O lagarto viu. Criticou o homicida pela intempestividade. Alertou pro fato de que, com esse tipo de recepção, afastariam as visitas. Falou sobre bom senso e reiterou a necessidade de raciocínio prévio à atitudes do gênero. O mamífero entendeu e, arrependido, prometeu melhorar.

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