Fileira

Depois da morte, foram pro enterro. Fecharam a caixa de madeira. Botaram no buraco, esperaram um pouco e tacaram areia por cima. Amigos e familiares, tristes, acompanharam. Foi de tarde, com sol e céu azul. O filho chegou atrasado. Tarde da noite. Cemitério fechado. Inconformado, pulou o muro e caiu perto da cova de um desconhecido. Ligou a lanterna. Leu, numa das lápides, o nome do pai. Coincidência. Continuou até que, na segunda fileira, achou o túmulo da mãe. Deixou o bilhete embaixo das flores. Pedia desculpas pela ausência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário